domingo, 31 de outubro de 2010

Fica? Passa? Vai? Volta?

(...) saí na sexta e voltei no domingo, procurando esconderijos, saídas que não me levassem até você. Mas não adiantou, eu via miragem sua em qualquer lugar. É como se um radar existisse dentro de mim e em qualquer lugar eu tentasse te achar. Bebi de não lembrar nada, ou quase nada no outro dia, mas você eu sempre lembrei. Já beijei outras bocas pra ver se encontrava um beijo melhor que o seu. (...) Procurei enlouquecidamente outro alguém que pudesse me fazer o bem que você me fez... Senti outros abraços, mas nenhum me passou a segurança que seus braços me passavam. Ganhei carinho, mas nenhum era tão gostoso quanto o seu. Tentei de tudo. Mas o tudo não adiantou. O que eu faço agora? Te procuro ou me perco no mundo?

Quase novembro...

a ventania de primavera levando 
para longe os últimos maus espíritos do inverno.

Saiu andando lenta em busca de uma rua sem carros, de uma rua com árvores, uma rua em silêncio onde pudesse caminhar devagar e sozinha até em casa. Sem pensar em nada, sem nenhuma amargura, nenhuma vaga saudade, rejeição, rancor ou melancolia. Nada por dentro e por fora além daquele quase-novembro.


sábado, 30 de outubro de 2010

A chuva trás saudade...


http://diariosdeumadesconhecida.blogspot.com/2010/10/adoro-chuva-poupa-lagrimas.html


Lia disse tudo.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Não sei você, mas vou atrás de mim mesma.

[...] volto assim que me encontrar.
[Martha Medeiros]




I know you well, I know your smell.
I've been addicted to you.
Goodbye my lover.
Goodbye my friend.
You have been the one.
You have been the one for me.
I am a dreamer but when I wake,
You can't break my spirit - it's my dreams you take.
and as move you on, remember me,
Remember us and all we used to be

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Pra quebrar o gelo.

C: - Vocês vão lá ver os índios né?
J: - Acho que sim.
T: - Lógico, a gente não pode perder isso! kkk'
A: - Eu nem sei  ;s
C: - Tava pensando, eles gostam muito de leite, a gente podia levar né? Fazer tipo uma ''campanha do leite''. :) kkk
J: - Tem muito leite na minha casa. :p
C: - É, cada um da turma leva um litro que já tá bom.
T: - Ah, então é mais fácil levar uma vaca e resolvido. :D
Silêncio. 
T: - Não?
Risadas, risadas.






A coisa tá feia pra todas nós, mas juntas ainda achamos graça
nas bobeiras cotidianas. ;p



E isso, só isso.


Chega uma hora que eu canso de tudo. E se eu pudesse ir para algum lugar que não existisse ninguém, eu não pensaria duas vezes.

 [Clarice Lispector]

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Já tá amando?

Ah, mais uma dessas não aguento. Ontem vi de novo algo que me irrita, (''inrrita'', ainda me faz rir :x) e muito: o tal do ''eu te amo banalizado''. Caramba! Como as pessoas conseguem? Em um mês ''amam'' dois, três caras diferentes e  ''pra sempre'', o que é só um detalhe né...
Talvez eu seja muito boba e ingênua mesmo por valorizar isso, quem sabe se agisse como essas pessoas seria mais feliz. Não? É, acho que não mesmo.
E não são meninas de 12, 13 anos não, se fosse ainda relevaria, mas meninas com 18 anos nas costas, eu com essa idade pensava muito diferente, (tá não faz nem um mês que tenho 19, mas enfim). Sente um friozinho na barriga de pura empolgação e pronto acha que é amor e sai espalhando pelos quatro cantos que encontrou o '' amor da vida''. Até o próximo mês. Sim, falo de meninas, porque muitos homens dizem isso a torto e direito também, então ignoro.
Não sei o que é mais visto hoje, se é eu te amo ou os tais coloridos, não que esteja comparando, até porque mesmo que eu não tenha talentonenhumprarelacionamentos e dentro da minha ingenuidade (?) sobre o amor ainda ache que ele é tudo, não posso comparar tudo com nada. Parei, parei. Nem sei mais o que tô escrevendo. Muito brava! kkk' 
O fato é que eu ainda acredito no amor, mesmo sem entender por que as vezes ele machuca tanto, acredito e confio, enquanto certas pessoas tratam com tanta banalidade, como se fosse ''oi''. Tem como não se irritar ao ver alguém não valorizando aquilo que pra você tem tanto valor? É, eu sei.
Imagina então pra quem demorou tanto pra falar as tais ''palavras mágicas'' porque não tinha certeza... Se hoje tenho? Não, não mesmo. E justamente por isso ainda é tão difícil, ou talvez, eu prefira me enganar as vezes acreditando que não é amor e ponto. 
Infelizmente não dá pra "medir' o que sentimentos, e algumas pessoas nao se preocupam em se reservar pra algo forte a ponto de sufocar, pra querer dizer isso.
Sei bem, devo ter feito uma tempestade em copo d'água, mas ultimamente quando o assunto é amor, relacionamentos, namoro e derivados fico assim de mau humor. Quem sabe porque sempre acho minha dor a maior do mundo, enquanto outros lidam com ela de forma tão fácil, substituindo pessoas como quem troca de roupa, tão rápido quanto. Dói pensar nisso...
Tá parecendo coisa de gente mal amada né? Sei lá, sempre acreditei que fui amada, se errei esse tempo todo, que seja então. 
Não, não foi um bom texto. E não sou sempre assim, mas é que ando tão cansada de tudo isso. De tanto faz de conta que no final se desfaz e enche a vida de incertezas... Besteira também querer entender tudo que acontece. 
Chega.

Se não sai de ti a explodir

apesar de tudo,

não o faças.

A menos que saia sem perguntar do teu

coração da tua cabeça da tua boca

das tuas entranhas,

não o faças.

[Bukowski]

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Me fazem rir.

T: - Cadê?! Já foi?

A: - Já. :)
T: - Ah, porque não me avisou? Eu igual besta aqui! --' 
A: - Porque você fica bonitinha quando tá brava. :D

T: - É dia 12 mesmo né?
J: - Sim.
T: - Ah, você nem sabe se é né? :/
J: - Não, mas só falei pra ver você feliz. :D

T: - Matei ele e joguei no mato!
J: - hshahshahshahsa no motel como na novela?
T: - Ah, fui eu que matei o Saulo tbm, tô matando todo mundo hoje! ;@ OPSDAKDPOK
J: - Viiixe, sou sua amiga e não tenho dinheiro! hshahsh
T: - Tô meio psicopata ;p SDAOPKSDPOK
J: - Para com isso :/

K: - Seria perfeito... :/
T: - É, seria. :/
T: - Kim, ainda existe pepsi twist?
K: - Não sei! --'
T: - Acho que estraguei o momento ''seria perfeito'' né?! Você com
cara de bobo imaginando... ;p
K: - Nem tava naada! --' ;/ 

E espero que continuem.

sábado, 16 de outubro de 2010

Que coisas são essas que me dizes sem dizer...

...escondidas atrás do que realmente quer dizer?

Tenho me confundido na tentativa de te decifrar, todos os dias.
Mas confuso, perdido, sozinho, minha única certeza é
que de cada vez aumenta ainda mais minha necessidade de ti.
Torna-se desesperada, urgente. Eu já não sei o que faço.
Não sinto nenhuma alegria além de ti. Como pude cair assim nesse fundo poço? Quando foi que me desequilibrei? Não quero me afogar.
[Caio F.]




Cada novo dia me trás uma lembrança nova de você, de nós. O que é ruim, porque isso não me deixa desistir.
Me lembro da primeira vez que me ligou e eu fui atender alguém no portão e te deixei esperando e você acabou desligando. Das tantas vezes que me fez rir e riu da minha risada feia. Das nossas tardes onde ficávamos nos vendo pela web cam e fazendo caretas, dos dias que eu deixava de fazer tudo, até de estudar pra provas pra falar com você, de ignorar qualquer outra coisa e deixar sem importância pra de certa forma poder estar contigo.
E agora te vejo distante de mim, mesmo que grande parte de você eu tenha deixado aqui guardada dentro de mim , o que talvez tenha sido o pior erro da minha vida, e mesmo assim, insisto e continuo errando. Sei que o mais sensato agora seria tirar tudo, jogar fora qualquer coisa que me lembre você e me afastar de uma vez por todas... Mas parece que quanto mais eu fujo mais próxima eu fico.
E eu decido que dessa vez não, hoje pelo menos não. Não vou mandar mensagem, nada de conversar por MSN, nada de nada e aí você chama e eu respondo. Fraca acabo cedendo e deixando tudo pra amanhã. Não, não é culpa sua, é culpa minha! Sou eu que corro feliz e iludida, me contentando apenas com palavras.
Xingo, morro de raiva de mim mesma, decido que não quero mais, mas aí lembro de coisas de uns 300 anos atrás como naquele dia que você disse que não era pra eu te abraçar forte pra não estragar o presente e tirou uma rosa de dentro da mochila, ou quando me ligava e me acordava de madrugada dizendo que não conseguia dormir e pensava em mim e queria ouvir minha voz de sono que era bonitinha, ou quando me levava de cavalinho pela casa e eu me matava de rir com medo de cair. Ou daquela vez em que os ‘pererongos’ me atacaram e você ficou passando gelo pra ver se melhorava, e aquela vez que chegou escondendo algo e me deu a armação de uma pipa, dizendo que era um presente,  ou de quando dançávamos no meio da cozinha, ou quando cantava pra mim suas músicas inventadas e feias que alegravam meu dia, ou as vezes em que eu acordava rindo com uma mensagem sua. Do seu cuidado, da sua presença mesmo que ausente, das suas atitudes, gestos, palavras. Lembro com os olhos cheios de lágrimas prestes a cair dou risada, e fico ainda mais perdida por saber que apesar de parecer besteira era tudo que eu queria. Que eu sempre quis e sem te dizer, você parecia adivinhar.  E eu me pergunto como, como desistir disso tudo? Como abrir mão? Como fingir que não foi nada, que tanto faz, que não tem importância e que vou achar outra pessoa que faça isso por mim? Não consigo imaginar. Eu sei, é tão fácil olhar e falar que vou ser feliz, que vou encontrar alguém, que vai passar e que você não é o único cara do mundo. Pode até não ser, mas é o que eu quero comigo.
Mesmo que finja que tudo está bem, que somos amigos agora e até dê risada da situação, isso é bom e é ruim. É ruim ter que ir dormir com um ‘’eu te amo’’ não dito entalado aqui, mas feliz por poder falar contigo, te contar das minhas coisas e saber das tuas, do teu dia, de como anda sua vida. Ruim ter que rir quando me conta de outras meninas e fingir que essa vida superficial que levo agora me faz bem, mas tão bom saber que apesar de tudo ainda pensa em mim, mesmo que muito de vez em quando.
Deus, como eu queria ser forte uma vez na vida pra não mais quebrar a cara. 
Ás vezes acho que sou a maior palhaça do mundo, e talvez seja mesmo, por largar tudo quando se trata de você, sem nem querer saber se é verdade o que me diz ou não, acreditar e confiar cegamente em ti.
Onde já se viu viver assim? Quando foi que imaginei uma situação dessas pra minha vida? Me contentando com tão pouco, dividindo aquilo que mais me tornava egoísta com alguém, deixando todo meu orgulho de lado pra ter um pouquinho mais de você comigo. Nunca, nunca me imaginei tão idiota assim.
E eu tento fugir, juro que tento, mas me falta força pra dizer chega. Força e coragem porque sei que se te desse opção você escolheria ir de uma vez por todas, partindo pro tudo ou nada eu ficaria sozinha, e com o nada. Não quero um ponto final, quero os "três pontinhos".
A verdade é que tô cansada de disso tudo, cansada desses fins de semana onde me engano tomando porre e ficando com quem nem quero saber, cansada de fingir que isso me faz bem - até faz, mas é por uma noite e só -, cansada de tentar colocar alguém no seu lugar pra ver se as coisas melhoram, de sair com caras que nem me fazem rir de verdade, cansada principalmente de ter que esperar você voltar  pra enfim meu coração ficar calmo e assim saber que em meio a tanta besteira, a tanta gente chata, a tantos caras metidos e sem conteúdo você ainda me salva. E então perceber que o que eu mais queria não está nessas baladas e noites de bebedeira com os amigos, eu queria era ter de volta um domingo à tarde no zoo com meu menino esquisito, que sempre, apesar de tudo, me fazia – e me faz – feliz, me faz rir de verdade, me faz Beem.  
E você consegue entender tudo isso? E a gente faz o que? NAAADA, é isso, NÃO FAZ NAAADA! (sei que vai ler, e isso vai entender, sei também que escrevendo tudo isso corro sérios ‘riscos’, mas que seja.). 
' Volta que eu te cuido.'

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Uma mistura de vontade de chegar mais perto...

...com vontade de me proteger.
[Tati  B.]




No meio das defesas todas, havia algo que não se defendia, não sabia como se defender, não conseguiria, ainda que tentasse. Havia algo delicioso de se sentir que escorregava de dentro da gente e se esparramava no sorriso. Escapulia no olhar. Cantava no silêncio. Fazia florescer pés de sol no tempo encantado em que estávamos juntos. Dispensava nomes e entendimentos. Havia algo que tinha um cheiro inconfundível de alegria. De vida abraçada. De chuva quando beija a aridez. De lua quando é cheia e o céu diz estrelas. Um cheiro da paz risonha do encontro que é bom.
[…] O amor quando é amor é amor.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Joga fora.

Frases sem sentido são jogadas
Olhares distantes dão em nada
Nada pode encobrir o que
Você significa em mim
As cartas estão embaralhadas
Emoções a beira de uma estrada
E nada pode censurar o que
Você significa aqui
Às vezes não entendo o teu querer
Às vezes eu preciso me esconder

Do que sinto eu não minto, apenas grito e o meu grito...

Às vezes não consigo me encontrar
Às vezes não entendo o teu olhar
Jogo fora, vou embora, nessa hora sei que quero mais você

Sei que é difícil a gente querer perdoar
Como podemos abrir mão de amar?
Joga fora, "vamo embora", nessa hora o que importa é viver
Sei que é difícil a gente querer consertar
O que fazer quando se quer voltar?
Joga fora, "vamo embora", nessa hora o que importa é viver
[Catedral]

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Let's pretend...

Somos amigos. Tão simples e fácil quanto colocar um chocolate na minha frente, dizer não coma e eu obedecer.
Tudo bem. Tudo, tudo bem. As vezes é preciso mudar o foco não é? Vou mudar! Mesmo que no começo as coisas fiquem meio embaçadas e difíceis de enxergar, uma hora encontro o jeito certo. 
Como diz o professor Cláudio: - Tem que ter paciência, se não ajustar direito não vai ver nada, só um borrão. Mexe no macro e no micro!
Sei lá, ele sempre acha o foco. Preciso aprender também. ;p






Chega de amar, chega de me doar, chega de me doer. 
[Caio F.]

domingo, 10 de outubro de 2010

Amanhã sei lá.


Que outubro venha com bons ventos, que me traga sorte e amor,
que não me deixe sofrer, por favor. Só por um mês, faça tudo dar certo,
depois veremos o que vamos fazer em novembro.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Entra nesse barco?!



Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas  queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá  vontade de não querer parar também.Tá me entendendo? Eu sei que sim. Eu  entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso  preciso saber se você vai também. Porque sozinha, não vou. Não tem como  remar sozinha, eu ficaria girando em torno de mim mesma. Mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também! Eu abandono tudo,  história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer,  começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que  prometer que vai remar também, com vontade! Eu começo a ler sobre  política, futebol, ficção científica. Aprendo a pescar, se precisar. Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa  viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é  só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te  ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo.  Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente  tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te  ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que  vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver  forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser à toa, que  vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena. 
Remar. 
Re-amar.
Amar.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Aquilo que eu também não entendo.







 Ando sentindo umas coisas que não entendo direito. Não gosto de não entender o que sinto. Não gosto de lidar com o que não conheço.  
[Caio F.]






É, não gosto. Talvez só ande pensando demais quando as coisas exigem que pense menos. Só sei que hoje estava feliz. As pessoas até me perguntavam o motivo de uma ''cara tão boa'', e eu prontamente respondia: não sei! ;p

domingo, 3 de outubro de 2010

Mas tô me divertindo ué!

 Não é isso que mandam a gente fazer? Quando a gente chora e escreve aquele monte de poesia profunda. Quando a gente se apaixona e tudo mais e enche o saco dos amigos com aquela melação toda. Não fica todo mundo dizendo pra gente parar de tanto drama e se divertir? Poxa, tô só obedecendo todo mundo. Não é isso que todo mundo acha super divertido? (...) beber e fumar e dançar e chegar tarde e envelhecer e não sentir nada? Sabe Zé, no começo doeu não sentir nada. Mas eu consegui. 




E quando ele riu, eu percebi. Eu percebi que eu estava na merda.
Ou não. ;p Ooo Gustavinho! E agora, cadê hein? :T PSDAOKODPSKOP
Consegui dormir 40 minutos nesse fds... Mas, valeu a pena!

sábado, 2 de outubro de 2010

Somos amigos.


Uma ligação na madrugada? Ah, aquilo ali foi sono, não sei o que foi aquilo. Foi a inércia do amor que está no ar mas não necessariamente dentro de nós. Beijos, abraços e uma mão querendo segurar a outra? Amigos também fazem isso. Não? Prefiro pensar assim. Se eu for muito, mas muito escrota, talvez eu me proteja de me assustar muito. Caso você seja escroto. Eu sendo de pedra não quebro com a sua pedra. Sei lá.
Aí teve aquela cena de quando eu fui te dar tchau com o cabelo todo bagunçado e rindo, e por incrível que pareça sem vontade de me agarrar a algo ou alguém e chorar pela sua ida. E você me olhou e eu quis gritar: não esquece de mim. Não gritei. Talvez porque saiba que eu sempre fui e vou continuar sendo sua. Eu já era sua antes mesmo de saber que você um dia iria embora.
Somos amigos. Não é amor. Mesmo que você ainda venha e fique sem vontade de ir embora. E a gente se olhe e se abrace e se beije o tempo inteiro. Ainda assim não é amor. Nada disso. Só estávamos aqui, juntos nesse momento, porque temos duas coisas muito simples em comum: nada melhor pra fazer e vontade de fazer sexo.
Só isso. Eu assino embaixo esse ''contrato''. Melhor assim. Muito melhor assim. Tô super bem com tudo isso. Nossa, nunca estive melhor. Mas não faz isso. Não me olha assim e diz que o contrato ainda pode ser refeito. Não faz o mundo inteiro brilhar mais porque você é  bobo. Não faz o mundo inteiro ficar pequeno e se resumir a nós dois. Não me deixa assim rindo a toa. Não faz piada porque minha cara não tá boa e quer me ver rindo. Não canta pra mim. Não dança comigo.  Não transforma assim o mundo em um lugar mais fácil e melhor de se viver. Não faz eu ser assim tão absurdamente feliz só porque eu tenho certeza absoluta que nenhum segundo ao seu lado é por acaso.
Não é amor.  Mas esse algo que é, é realmente muito libertador, ao mesmo tempo em que aprisiona. Porque quando você está aqui, ou até mesmo na sua ausência, o resto todo vira uma grande comédia. E aquele cara mais novo, e aquele outro mais velho, e aquele outro da faculdade, e aquele outro divertido, e aquele outro da festa, e aquele outro amigo daquele outro. E todos aqueles outros viram formiguinhas de nariz vermelho. E eu tenho vontade de ligar pra todos eles e falar: putz, cara, e você acha mesmo que eu gostei de você? Coitados.
Porque esses todos só serviram pra me lembrar o quão sagrado é não querer tomar banho depois. O quão sagrado é ser absurdamente feliz mesmo sabendo a dor que vem depois. O quão sagrado é ver pureza em tudo o que você faz, ainda que você faça tudo sendo um grande safado. O quão sagrado é abrir mão de evoluir só porque andar pra trás é poder cruzar com você de novo.
Não é amor não. É mais que isso, é mais que amor. Porque pra te amar mais, eu tenho que te amar menos. Porque pra morrer de amor por você, eu tive que não morrer. Porque pra ter você por perto um pouco, eu tive que não querer mais ter você por perto pra sempre.
E eu soquei meu coração até ele diminuir. Só pra você nunca se assustar com o tamanho. E eu tive que me fantasiar de puta, só pra ter você aqui dentro sem medo. Medo de destruir mais uma vez esse amor tão santo, tão virgem. E eu vou continuar me fantasiando de não amor.
E eu vou rir quando você me contar das suas meninas. E eu vou continuar sendo só daqui pra fora. Não existe ninguém aqui dentro. 
Mas quando, de vez em quando, o seu ninguém colocar ali, meio sem querer, a mão no meu joelho, só para me enganar que você é meu dono, eu vou deixar. 



[Adaptação de 'O Contrato, de Tati B.] 

Olha aí!

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